Foto: Agatha KatzenprungJá estavas deitado. Pus-me de joelhos em cima da cama e perguntei, num tom misto de ternura e provocação "Estás a ver esta nódoa negra pequenina que tenho aqui na perna? Vais assiná-la, ou vais deixá-la assim?"
Tu olhaste para mim, sorriste, e perguntaste baixinho, ao mesmo tempo que me puxavas para mais perto, "Por acaso assinei os sorrisos?".
Respondi-te com um beijo. E outro. E outro. E um abraço. E ali ficámos. Já nem sei de quem é esta nódoa negra, se minha, se tua.
No dia seguinte, quando acordei, tinhas saído. Eu ainda fiquei a dormitar mais um bocadinho, agora com o meu pensamento:
"Será que sabes que as marcas mais importantes que já deixaste, são invisíveis aos olhos?"