sexta-feira, junho 23, 2006
Foto: Marília Campos



Há dias encontrei um postal antigo que dizia precisamente e apenas isso: "Home is where the heart is".
Desde então, não falo com ninguém, com medo que me perguntem onde moro.

Não sei se sou uma cidadã do (meu) Mundo, ou uma sem-abrigo.
 
By Joana @ 3:02 da tarde | 2 notas com outras assinaturas
terça-feira, junho 20, 2006




Há alturas em que temos de fazer uma pausa... por exemplo para um café; Ficar numa esplanada sem fazer nada, a fumar um cigarro lentamente e a fazer bolinhas de fumo, ao mesmo tempo que bebemos um café apenas porque estamos habituados a fazê-lo.
Pensamos em nós, nos outros e em nós e nos outros; Recordamos o passado, analisamos o presente e imaginamos planos para o futuro; Tentamos descobrir quais os caminhos que temos à nossa volta e quais o(s) melhor(es) para seguir. No fundo traçamos uma enorme teia de aranha à volta do nosso Mundo e tentamos decidir quem pode ou não lá entrar.

E fazer??? Fazer mesmo... não fazemos nada. Afinal estamos na nossa pausa para café.

O meu bloguinho está na dele... e só por isso eu faço-lhe companhia.

 
By Joana @ 3:12 da tarde | 0 notas com outras assinaturas
terça-feira, junho 13, 2006

Hoje fico aqui, na minha nuvem, e só saio quando me apetecer.

Daqui consigo ver toda a gente lá em baixo, a mexer-se como formigas com medo do Inverno, a perseguir os seus objectivos (que muitos nem sabem quais são). Vejo o que fazem, onde vão e sou apenas espectadora. Não faço nada. Por vezes acho até que me vejo a mim lá em baixo, mas depois lembro-me que não é possível.

Da minha nuvem vejo toda a gente e ninguém me vê; Oiço toda a gente e ninguém me ouve; Sei onde estão todos e ninguém sabe onde estou.

Quando chega a noite, deito-me na minha nuvem e durmo descansada. Pelo menos enquanto aqui estiver não podes voltar a dizer-me adeus.
 
By Joana @ 1:18 da manhã | 0 notas com outras assinaturas
domingo, junho 11, 2006




Chega uma altura em que sentimos que já pensámos demasiado, que já especulámos demasiado, já supusemos demasiado... e que continuamos sem saber nada. Quando isto acontece, é preciso procurar o nosso espírito de marinheiro, largar amarras, e procurar um porto de abrigo ao qual possamos chamar CASA.


O meu bloguinho não foi excepção e decidiu mudar-se; Agora vive noutro bairro, mas sabe que aqui vai ser feliz. As nossas rosas de todas as cores continuam a visitá-lo.
 
By Joana @ 10:21 da tarde | 0 notas com outras assinaturas
sexta-feira, junho 09, 2006
Um dia (talvez quando mudas para uma Rua com nome de Navegador) dás por ti a fazer descobertas.
Descobres quem eras e quem és e aprendes a gostar de duas pessoas tão diferentes. Descobres que afinal as lágrimas não são salgadas, mas sim amargas ou doces... e depressa escolhes as tuas preferidas.
Descobres que as pessoas são como os cogumelos e que só com o tempo vais aprender a evitar os venenosos (são tão bonitos!). Se tiveres sorte (ou azar, não sei), descobres que alguns até são mágicos...
Descobres que afinal a Saudade não existe (excepto quando é cantada), que o Infinito é só uma ilusão e que as palavras "último" e "nunca" são sempre muito relativas.
 
By Joana @ 3:48 da tarde | 0 notas com outras assinaturas
quinta-feira, junho 08, 2006

"Aviso já que venho contrariada!". Foi esta a frase que disse às minhas amigas quando, no meu vestido cobre e com o cabelo mais ou menos penteado, entrei na sala do baile.
Elas foram dançar e eu sentei-me numa cadeira bem pertinho do canto da sala, e ali fiquei a observar quem lá estava e a imaginar as razões que os levariam a tal. Vi a viuva que procurava uma razão para sorrir (será que encontrou?), a menina loira com o olhar cheio de esperança e uma pose de princesa (à espera do príncipe que nunca chegou) e a senhora casada que, no seu vestido vermelho, tentava convencer-se que a vingança era a melhor solução para os seus problemas.
No canto oposto da sala, estava uma pessoa com um ar de quem não podia ali estar (metade rapaz, metade homem), que olhava em volta e, tal como eu, não dançava. "E o senhor, clandestino, o que será que está aqui a fazer?". Quando o nosso olhar se cruzou, ele levantou-se e começou a caminhar em direcção a mim. Ao ritmo da música, dava dois passos à frente e um atrás. "será que está a dançar? ". Quando começaram a tocar a valsa, ele encurtou o passo e começou a dar três para a frente... mas dois para trás (e uma pausa para manter o ritmo)... "Por esse andar nunca mais cá chega, senhor", pensei.

Finalmente chegou ao pé de mim. Olhou-me nos olhos... e eu deixei. Pegou-me na mão e eu deixei. Penso até que me beijou com o olhar (mas isso já não tenho a certeza). Com um tom cordial e numa voz que nunca imaginei que fosse a sua, perguntou "A menina dança?".


Naquele dia não dancei. Estava cansada. "Talvez noutro dia", disse-lhe.

A resposta ao "quando?" do olhar tom verde-triste-escuro foi "um dia".

Talvez um dia, se este vestido ainda me servir e o mar ainda existir; Quando todas as nuvens forem passageiras e a palavra "adeus" já tiver morrido de saudade.
 
By Joana @ 11:43 da tarde | 0 notas com outras assinaturas
sábado, junho 03, 2006


Encontrámo-nos, por acaso, no Chiado (mesmo ali junto ao Largo do Carmo). Acho que não sabia nada de ti há dez anos... ou talvez mais! Tentaste resumir a história da tua vida em dez minutos, e quase conseguiste. Quando terminaste, tal como da última vez, disseste-me "Olhe, menina, até já...". Abriste o guarda-chuva, e seguiste o teu caminho, com a cabeça erguida e os passos confiantes (e apressados). Desta vez fiquei com o teu sorriso e hoje uso-o como se fosse meu.


Quantos "até já" serão precisos para dizer adeus?
 
By Joana @ 8:33 da tarde | 0 notas com outras assinaturas
sexta-feira, junho 02, 2006



DOrmir é muito bom! No fundo acho que funciona um bocadinho como uma limpeza do corpo e da alma. E é uma porta (ou uma janela) para sonhar sem medo, o que se torna especialmente agradável em alturas em que a realidade e os sonhos andam tão distantes que até parece que pertencem a pessoas diferentes.
DOrmir é especialmente bom quando, mesmo estando tristes, adormecemos com um sorriso assim...

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REnascer, tal e qual a figura mítica da Fénix e as suas cinzas. Renascer, de cabeça erguida. Pena que para renascer seja preciso morrer primeiro... ("Em qualquer altura, em qualquer lugar")


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A nossa vida é como um jogo de MIkado. Existem muitos pauzinhos de cores diferentes, que juntamos e deixamos cair de uma só vez. Depois tentamos recuperar o máximo número de pauzinhos diferentes, sem que o movimento de um interfira com os que o rodeiam. Ganha quem, no final, tiver mais pauzinhos na mão. Eu tenho muitos, mas ainda não sei se ganho se perco. Aliás, ainda estou a tentar descobrir se isso é sequer importante.

O MI é a nota mais importante desta escala, porque é ele que vai decidir se é Maior ou menor. No fundo depende tudo de um bemol.

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FAlar. Ouvir. Falar e ouvir. Gosto tanto!

(será que a palavra Fado deriva do facto de muitos serem basicamente compostos pela tónica - que pode ser FA- e pela dominante - que nesse caso será DO?)


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É bom sabermos que o SOL vai aparecer todos os dias, apesar de nem sempre o conseguirmos ver. As pessoas racionais vão aprendendo, aos poucos, a não depender única e exclusivamente dele. No fundo vão descobrindo que a Lua e as (outras) estrelas, apesar de não nos darem vida, podem revelar-se excelentes guias e companheiras durante a noite, e que só é feliz quem vive de dia e de noite.
As pessoas racionais sabem que o Homem já pisou a Lua, mas nunca chegou ao Sol. Ícaro bem tentou, mas o brilho era tão forte que lhe derreteu as asas e não o deixou voar mais.

O Sol está sempre lá, no Infinito (que particularmente ... é bem bonito!).


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"Vocês sabem a saudade de alguém que está perto!". Nunca tinha reparado nesta frase que tantas vezes cantei e que agora consigo sentir.


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SInceridade ou perfeccionismo? Afinal são compatíveis e quando coexistem fazem-nos sorrir de uma forma que até nos esquecemos que temos os dentes tortos. (O perfeccionismo só existe quando é sincero.)

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E agora? Passo para outra oitava, ou mudo de tom?
(estive a reler o post e reparei que esta escala começa e acaba com um sorriso)




 
By Joana @ 10:14 da manhã | 1 notas com outras assinaturas