quarta-feira, maio 09, 2007
Foto: Luiza Puiu



Os dias que anoiteciam cedo são agora apenas uma memória. Ao fim da tarde, quando o sol se deita no mar, o cheiro da terra já sabe a Verão. À noite, já apetece sair de casa.... e só voltar contigo.


Neste remoínho de sensações tudo se confunde. Já desisti de tentar distinguir o meu sabor do teu. Começo a desconfiar que, como os cheiros, são quase iguais.


Hoje acordei cedo, com a luz do sol que entrou pela janela que ontem ficou entreaberta. Ao lado da minha almofada, encontrei um bilhete:


"Estava a precisar do teu respirar."


Acho que, por enquanto, não preciso de mais nada para ficar a sorrir até ao Verão.
 
By Joana @ 3:32 da tarde | 0 notas com outras assinaturas
domingo, maio 06, 2007
[...com um beijo. Assim termina o luto.]





Com o tempo, fui construindo o meu próprio calendário. A cada dia, associo um acontecimento: Um sorriso, uma alegria partilhada, uma estrela cadente, ou apenas uma canção.


O dia de hoje... apaguei-o. Não sabia o que fazer com ele, por isso pura e simplesmente deitei-o fora. O meu calendário tem menos um dia que todos os outros. O tempo agora passa mais depressa.

Raramente olho para trás. Quando o faço, vejo tudo desfocado. As memórias, guardei-as numa caixinha prateada, que não voltarei a abrir. Basta-me saber que lá estão, que foram reais e que me fizeram crescer. Fica esta ruga, obra de muitos sorrisos, para não me esquecer de mim cada vez que me vir ao espelho.

Com tanto e tão pouco, contruí outro caminho, outra estrada. Escolhi outros companheiros de viagem, outra bússula, outro mapa, outros destinos e outras rotas. Encontrei outras razões para sorrir, para chorar e para registar na memória. Desenhei outro arco-íris, tracei outros horizontes e cantei outras canções. Inventei outro Sol, outro Céu, outra Lua e outras Estrelas.

Não é melhor. Não é pior. É diferente.



Encontrei-te por acaso. Demos um abraço, mas não dissemos nada. Pediste-me o meu telefone. Fingi escrevê-lo nas costas de um bilhete de metro, que dobrei para não veres. Não escrevi o número. Apenas uma frase: "A soma de duas pessoas sozinhas não dá duas pessoas acompanhadas". Sei que entendes.


 
By Joana @ 7:14 da tarde | 1 notas com outras assinaturas