Recordei pela última vez o sorriso, o beijo, o abraço e a lágrima. Despedi-me de tudo aquilo que não posso, não quero, nem sei dizer.
Olhei para dentro de mim e disse baixinho, com a crença de uma criança que sonha, “aqui consigo”. No fundo, sabia que, se alguma coisa corresse mal, teria sempre a materialização de um acaso para me agarrar e não me deixar cair lá em baixo (ia doer muito).
Desta vez não chorei. Abri as asas. Já sem medo, deixei-me levar pelo movimento desta térmica e levantei voo... Cá vou eu!
"Só sei voar dentro de mim
neste sonho de abraçar
o céu sem fim, o mar, a terra inteira!
E trago o mar dentro de mim,
com o céu vivo a sonhar
e vou sonhar até ao fim,
até não mais acordar...
Então, voltarei a cruzar este céu e este mar,
voarei, voarei sem parar á volta da terra inteira!
Ninhos faria de lua cheia e depois,
dormiria na areia..."
Olhei para dentro de mim e disse baixinho, com a crença de uma criança que sonha, “aqui consigo”. No fundo, sabia que, se alguma coisa corresse mal, teria sempre a materialização de um acaso para me agarrar e não me deixar cair lá em baixo (ia doer muito).
Desta vez não chorei. Abri as asas. Já sem medo, deixei-me levar pelo movimento desta térmica e levantei voo... Cá vou eu!
"Só sei voar dentro de mim

neste sonho de abraçar
o céu sem fim, o mar, a terra inteira!
E trago o mar dentro de mim,
com o céu vivo a sonhar
e vou sonhar até ao fim,
até não mais acordar...
Então, voltarei a cruzar este céu e este mar,
voarei, voarei sem parar á volta da terra inteira!
Ninhos faria de lua cheia e depois,
dormiria na areia..."
João Mendonça, in Garça Perdida
Não sei para onde vou, mas sei onde quero chegar.
Amanhã, partir, talvez apenas para não ficar.